De há uns anos para cá, temos tido mais um “sempre” associado ao 25 de Abril. Sempre se arranja uma polémica com as comemorações e, se a deste ano é particularmente original e caricata, a IL não poder participar por respeito às indicações da DGS, o fundo é o sempre o mesmo. Há quem queira reescrever a história, apropriar-se da data e isso é triste.
Para lá das razões imediatas que colocaram os militares na
rua e da diversidade de motivações e de projetos que poderia haver, o 25 de
Abril foi o que foi devido a uma enorme adesão popular. E esse povo todo, que
votou livremente um ano depois, não estava todo de todo alinhado com o que
alguns agora chamam o (seu) espírito de abril. A larga maioria não estava
alinhada com os que cercaram e tentaram condicionar a Constituinte, boicotar a
democracia, e que agora se arvoram em defensores da mesma e fiéis
testamentários do tal (seu) espírito de abril.
Mas o que devia estar na primeira linha nesta data, não
deveriam ser quezílias. A data é grande demais para isso. O fundamental deveria
ser a preservação da tal democracia e respetiva qualidade. Não faltam exemplos,
todos os dias, de podridões e corrosões na mesma. Corrupção, incompetência,
compadrios, arrogância. Se estes problemas não forem endereçados a sério, e não
a fazer de conta como têm sido, vale de pouco fazer de conta e vir à rua com o
cravo vermelho uma vez por ano.
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