Tempos e países houve onde se separavam as pessoas pela raça, por exemplo, escolas para uns e outras escolas para os outros. Houve quem tivesse sonhado e lutado por um mundo onde direitos e oportunidades não dependeriam da cor da pele; onde essa ideia de dividir seres humanos por uma coisa chamada cor ou raça seria um anacronismo a eliminar.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e vemos hoje polémicas
quanto a quem pode ou não traduzir o poema de Amanda Gorman, pronunciado na
tomada de posse de Joe Biden. A tradução de um texto literário e especialmente
de um (bom) poema, onde há duplos sentidos, imagens evocadas e uma elegância de
frases a cumprir, não é como ser um figurante porta-estandarte. Requer um bom
conhecimento da língua origem e um excelente domínio da língua destino. A
escolha de um tradutor deve ser determinada pela capacidade e mérito e não pela
cor da pele ou o género.
Depois do tempo em que se aplaudia quem tinha belos sonhos,
passamos a um tempo em que nos querem fazer mergulhar num pesadelo triste e
sombrio: o de um apartheid cultural.
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