Continuação de Acusar
Quando se fala em antissemitismo e perseguição aos judeus na
Europa é impossível não referir a Alemanha nazi. Este “nazi” vem de nacional +
socialista. Sendo óbvio que de socialista o partido de Hitler teve pouco, a
associação das duas palavras é algo incoerente. Apesar do aspeto comum da
prevalência do poder do Estado, o socialismo é internacionalista e Hitler nunca
pretendeu ser um pai de todos os povos; a ideia era mais “Alemanha acima de
tudo e todos”.
Penso que o caráter “menos nacionalista” e até um pouco
“supra nacionalista” dos judeus é uma das razões que os tornam inimigos de
estimação, especialmente para poderes autoritários que buscam uma homogeneidade
cultural e religiosa entre os seus súbditos. Uma das acusações recorrentes
contra os judeus é precisamente a de fazerem parte de uma conspiração
internacional... estando implícita a insinuação de não reconhecerem
completamente as autoridades nacionais.
Há alguns séculos os judeus foram expulsos de Espanha quase
em simultâneo com o processo de unificação de Castela e Aragão, pelos
oportunamente designados Reis católicos. Curiosamente em Portugal, nação mais
consolidada, o processo equivalente surgiu como uma imposição dos vizinhos
ibéricos e não por uma necessidade sentida internamente.
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