15 maio 2022

Logo se vê…


Dois dos principais temas na primeira linha da atualidade mediática nacional, a receção aos refugiados ucranianos em Setúbal e a inconstitucionalidade da lei dos metadados, aparentemente muito distintos, revelam algumas semelhanças na atitude de como somos governados. Colocando de lado segundas intenções dissimuladas e assumindo que tudo não passa de simples distração e inação, é demasiado.

Assumir responsabilidades, gerir e governar não passa apenas por cumprir normas e carimbar despachos; inclui muito de “e se, e se, e se…?”: prever, avaliar, analisar possíveis consequências e antecipar soluções.

Ninguém se ter preocupado, nem se sentir responsável por ter russos pro-kremlin a receber e a registar refugiados ucranianos é dormir na forma e, já agora, para que precisamos de serviços de informação? Quando já em 2014 o tribunal de justiça da União Europeia tinha colocado em causa a validade da recolha dos metadados, ninguém responsável se ter preocupado e termos continuado 8 anos a instruir e a julgar processos, que agora se esvaziam … 8 anos… é incompetência ou irresponsabilidade, muitas.  

Como se nos lembrássemos de pensar nos travões apenas depois de bater no muro…

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