21 outubro 2023

Contas no ambiente


É inquestionável que estamos a viver acima das possibilidades do planeta e algo tem que ser feito para garantir a sobrevivência e sustentabilidade do mesmo. É necessário mudar!

Essa mudança tem que ser racional, sustentada cientificamente e obviamente não religiosa. Há mudanças tecnológicas, mudanças de políticas e, sobretudo, mudanças de hábitos. Enquanto pensarmos que basta passar a uma tecnologia mais limpa e exigir legislação, não chega. Enquanto as tentativas de mudança forem pintadas com cores sectárias e radicais, não serão consensuais. Enquanto as exigências forem ingénuas e incoerentes não serão tomadas como sérias. Enquanto a frugalidade e a racionalidade na utilização de recurso não forem a prioridade de todos e da cada um, não há legislação que valha.

Dentro dos equívocos neste processo, está o proposto agravamento do IUC para os automóveis antigos. Em primeiro lugar, muitos desses proprietários não estão disponíveis para comprar um belo e reluzente novo elétrico por algumas dezenas de milhares de euros e não é este castigo que os vai motivar. Depois, certo que um carro com mais 15 anos polui mais ao km, mas a contas não acabam aí. Para o tipo de utilização típico destes “clássicos”, de dar umas voltinhas, o impacto é bem menor do fazer largas centenas de kms de lazer a 140 (e+) km/h mesmo num carro novinho em folha.

E ainda, manter o mesmo veículo durante 20 anos, contra trocar por novo a cada 4 anos… é também menos desperdício de recursos, não será?

Sem comentários: