É inquestionável que estamos a viver acima das possibilidades do planeta e algo tem que ser feito para garantir a sobrevivência e sustentabilidade do mesmo. É necessário mudar!
Essa mudança tem que ser racional, sustentada
cientificamente e obviamente não religiosa. Há mudanças tecnológicas, mudanças
de políticas e, sobretudo, mudanças de hábitos. Enquanto pensarmos que basta
passar a uma tecnologia mais limpa e exigir legislação, não chega. Enquanto as
tentativas de mudança forem pintadas com cores sectárias e radicais, não serão
consensuais. Enquanto as exigências forem ingénuas e incoerentes não serão
tomadas como sérias. Enquanto a frugalidade e a racionalidade na utilização de
recurso não forem a prioridade de todos e da cada um, não há legislação que
valha.
Dentro dos equívocos neste processo, está o proposto
agravamento do IUC para os automóveis antigos. Em primeiro lugar, muitos desses
proprietários não estão disponíveis para comprar um belo e reluzente novo
elétrico por algumas dezenas de milhares de euros e não é este castigo que os
vai motivar. Depois, certo que um carro com mais 15 anos polui mais ao km, mas
a contas não acabam aí. Para o tipo de utilização típico destes “clássicos”, de
dar umas voltinhas, o impacto é bem menor do fazer largas centenas de kms de
lazer a 140 (e+) km/h mesmo num carro novinho em folha.
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