No limite leste da velha cidade de Jerusalém está o Monte de Templo. Terá sido ali que Salomão construiu o seu templo, referencia fundamental do judaísmo. Também aí se encontra a rocha onde Abrão esteve prestes a sacrificar o seu filho a Deus, substituído à última hora pelo carneiro.
Sendo o cristianismo e o judaísmo ambos alicerçados no
judaísmo, embora dando origem a construções muito diferentes, o local foi
sempre necessariamente referenciado pelas três religiões. A escassos metros daí
Cristo iniciou a sua via dolorosa e um pouco mais à frente está o Gólgota onde
foi crucificado. Antes da fuga de Maomé para Medina, a “Meca” do Islão era
Jerusalém e era nessa direção os muçulmanos rezavam. Diz o Corão que um dia
Maomé foi teletransportado para o rochedo e daí subiu ao céu. Deste episódio
nasce a importância adicional do monte para os muçulmanos, com a posterior construção
da mesquita de Al Aqsa e a Cúpula do Rochedo, cujo dourado é visível em tantas imagens
da cidade.
Hoje, em Jerusalém, qualquer um pode tocar as pedras do Muro
das Lamentações, parede ocidental do antigo templo, no limite do monte, o local
mais importante do judaísmo. Qualquer um pode tocar a pedra onde o corpo morto
de Jesus foi supostamente depositado, no Santo Sepulcro. A Pedra Fundamental de
Abrão não. Está reservada a muçulmanos. Mesmo a circulação de judeus por ali, na
também chamada esplanada das mesquitas, é considerada provocatória, necessitando
de proteção musculada e dando potencialmente origem a incidentes violentos. Uma
das justificações para as recentes ações terroristas do Hamas foi esta
“dessacralização” de Al Aqsa. A pedra de Abrão não poderia estar acessível a
todas as religiões de Abrão?
Jerusalém, especialmente a velha cidade, é um local único no mundo de significado e inspirador de reflexão. Num futuro e num mundo saudável deveria ser um local aberto e não sequestrado por fundamentalismos de qualquer natureza.
2 comentários:
Je pense que vous avez pu remarqué tout comme moi que les musulmans ne pouvaient eux non plus se rendre sur le mur des lamentations et vous avez meme pu observer une arrestation un peu dynamique d’un musulman par l’armée israélite se dirigeant vers le mur des lamentations … les musulmans ne sont pas accepté eux non plus par les juifs …
Comment ne pas être objectif !
Le temple est visitable par tous en dehors des heures de prières !
Não, não há nenhuma filtragem pela fé a quem se dirige ao muro das lamentações. Obviamente que se as forças de segurança israelitas pedirem a alguém para parar e esta não o fizer, é interpelado sem contemplações.
O parlamento israelita tem partidos árabes e reciprocidade nem em sonhos.
O interior da cúpula do rochedo e a famosa pedra não são acessíveis a não muçulmanos
E não aprecio “anónimos”…
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