Dentro das reivindicações atuais de apoio ao povo palestiniano, está naturalmente a criação de um Estado autónomo. Convém descartar desde já aquela rimazinha do “From the river to the sea, Palestine will be free” porque, como é óbvio, o Estado de Israel não vai desaparecer dali, por muito que seja a vontade e atitude beligerante dos radicais.
Neste discurso aponta-se Israel (e o colonialismo, já agora)
como o responsável da não existência de estado palestiniano, mas se calhar não
é bem assim. Durante largos séculos aquela zona esteve integrada no Império
Otomano, não sei se se pode chamar colonização, mas pelo menos não era a “maléfica”.
No séc XX, entre as duas guerras, o território foi administrado pela
Inglaterra, algumas décadas, mas nunca foi Estado.
Após a II Guerra a ONU decretou uma partilha entre árabes e
judeus e… estes desataram imperial e arrogantemente a apropriarem-se do que não
deviam? Não, ao contrário. Os palestinianos, ajudados pelos seus vizinhos egípcios,
jordanos, sírios, libaneses não aceitaram o estado judeu e declaram-lhe guerra.
Face à desproporção de recursos e população, parecia que os judeus acabariam
mesmo atirados ao mar… mas não, Israel ganhou e ganhou algum território.
No final desta guerra os judeus instalaram-se na parte
israelita da palestina e consolidaram o seu Estado. Ocorreu algo equivalente do
lado árabe? Criaram e consolidaram um Estado na parte da Palestina que
continuou árabe? Não. Os seus amigos jordanos ocuparam a Cisjordânia e os
egípcios a faixa de Gaza, mantendo os palestinianos como uma espécie de refugiados
na sua “terra”. Porquê? Para manter a pressão sobre Israel? Não sei. O que é
certo é que durante duas décadas, até 1967, foram os países árabes que
impediram a criação de um Estado Palestiniano e aquela parte do mundo teria
sido muito diferente se a famosa solução dos dois Estados se tivesse
consolidado naquele momento… !
Mais tarde, haverá outra nova tentativa de destruir Israel, em
1967. Israel ganhou, ocupou mais território e mais complicado ficou.
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