05 julho 2017

Estes roubos (não) podem acontecer


Disse o Chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, acerca o escandaloso e vergonhoso roubo de material de guerra em Tancos:

"Estes roubos podem acontecer em qualquer Exército, em qualquer país, desde que haja intenções, vontades e capacidades."

Ao ler esta citação, fiquei com a ideia de que faltaria ali algum “não” na transcrição. Faria mais sentido dizer:
  1. "Estes roubos não podem acontecer em qualquer Exército, em qualquer país, desde que haja intenções, vontades e capacidades.".  Ou:

  2. "Estes roubos podem acontecer em qualquer Exército, em qualquer país, desde que não haja intenções, vontades e capacidades."
Mas, aparentemente, não foi o caso. Segundo o general, basta alguém ter intenção, vontade e capacidade e… nada a fazer! Lá se vai o material de guerra. É uma fatalidade.

É de realçar não se ter tratado de um roubo sofisticado com meios complexos. Foi assim como roubar um galinheiro. Chegar de carripana, cortar a vedação, fazer a colheita e partir. Julgo até que existirão galinheiros melhor protegidos!

Com um estado de espírito assim tão fatalista, não poderemos contar muito com estas forças armadas. Se forem atacadas com intenção, vontade e capacidade, pumba… já foste!

Eu sei que nós não queremos guerra nenhuma, mas para que precisamos então de suportar umas forças armadas se elas defendem tão pouco?? Dêem-lhes umas fisgas, sempre é mais barato e depois de roubadas fazem menos estragos.

PS: E gostei muito de um Ministro dizer que Portugal quer reaver o material roubado. Pelo menos, intenção já a temos.

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