15 janeiro 2024

O silêncio e o respeito


De há uns anos para cá a fase final da supertaça espanhola é disputada na Arábia Saudita, vá-se lá saber porquê…

No passado dia 10 jogou-se uma das meias-finais entre o Real Madrid e o Atlético de Madrid. Antes do início da partida estava programado um minuto de silencio, em homenagem ao grande futebolista alemão, Franz Beckenbauer, recentemente falecido.

Na prática não foi de todo um minuto de silêncio, dado que as bancadas resolveram assobiá-lo do princípio ao fim. Li, depois, tratar-se de uma questão cultural. Dizem que o silencio pelos mortos não é tradição na região. Pode não ser, mas…

Será tradição pelo menos dos convidados que estavam no relvado e, mesmo não o sendo dos “anfitriões”, o respeito pelas tradições dos outros, especialmente pelo luto alheio, é daquelas coisas que não devia ser necessário muito esforço para respeitar.

Há uns anos estive em Londres em novembro, durante as celebrações do armistício da I Grande Guerra. Com tantos milhares de pessoas na rua, assistir ao silencio absoluto daqueles dois minutos foi uma experiência impressionante. Certamente mesmo para quem não tenha vivido e sentido a guerra, para quem não tivesse o hábito de momento semelhante, não havia alternativa senão ficar imóvel e em… silêncio.

Diferenças culturais… eles compram tudo e não parecem aprender nada.

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