25 janeiro 2024

O que se pode fazer pelo país?

Na pré-campanha em curso para as próximas eleições legislativas de março, parece que todos os discursos, estratégias e propostas andam em torno do “quem dá mais?”.

Como se o eleitorado fosse uma trupe infantil e infantilizada, que irá escolher um patrono em função do valor da mesada prometida. Este estado de coisas, e a natureza das exigências que o eleitorado privilegia, faz-me recordar a frase de JF Kennedy, umas décadas atrás, “não perguntem o que o que o vosso país pode fazer por vós; perguntem o que podem fazer pelo vosso país”.

Nos tempos atuais, uma boa parte dos eleitores e nomeadamente os pensionistas, devem entender que já fizeram o que podiam pelo país e que agora o jogo será mais quanto à retribuição potencial. Também os funcionários públicos poderão assumir que, na ausência de uma real meritocracia nas suas carreiras, fazer mais ou melhor não muda nada.

No entanto, e isto é uma sugestão, pensem um pouco menos egoisticamente, pensem no país que vai ficar aí para quem cá fica. Pensem nos vossos filhos que penam em conseguir independência financeira e local próprio para viverem; pensem nos vossos netos que deixaram de ver porque optaram por uma vida mais desafogada a uns milhares de quilómetros de distância. Conseguir melhores condições para eles, não se resolve com leilões de mesadas. Consegue-se com maior criação de riqueza. Era isso que devia estar a ser discutido prioritariamente


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