A forma como quem nos governa está a tratar a questão do atropelamento mortal de um trabalhador na A6 pelo veículo onde seguia o ministro da Administração Interna é sintomático da falta de cultura de responsabilização que por aqui grassa.
Trata-se de uma viatura do Estado e em deslocação oficial. O
mais elementar respeito pelos cidadãos em geral e pela vítima em particular
obrigaria a uma imediata e completa clarificação. A que velocidade circulava,
porquê eventualmente acima dos limites legais, havia ou não sinalização. Nunca deveríamos
estar ainda hoje a especular sobre o que se passou, a partir de uma primeira
reação telegráfica e desresponsabilizadora de que não havia sinalização de
trabalhos e a culpa seria do trabalhador que se colocou à frente do carro.
Não é coisa rara ver passar uns veículos importantes, de
pirilampo excitado. Os senhores VIP não conseguem organizar as suas agendas e
deslocarem-se dentro dos limites legais e de segurança, como um normal cidadão
é obrigado a fazer? Precisam de circular
como se fossem socorrer uma vítima urgente … ou provocá-la?
E enquanto acharmos que a avaliação de uma situação destas
entra dentro de uma lógica tribal, dependendo da cor do ministro e não de
Responsabilidade Cívica e Política… continuaremos subdesenvolvidos e eles
continuarão a rir, independentemente da cor em causa.
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