Os problemas que Joe Berardo está a encontrar com a justiça, fazem suspirar um “mais vale tarde do que nunca”. Poucos terão simpatia pelo senhor, especialmente depois da arrogância que ele demonstrou.
Ele está a ser questionado, se bem entendo, pelas formas
“ardilosas” com que se esquivou a responder pelos empréstimos recebidos. Aqui
estará a questão penal. No entanto, esta história, desde a sua génese, é uma
crónica de uns calotes anunciados, dentro de um jogo de xadrez onde ele não foi
simples peão, também não foi o rei, eventualmente cavalo.
Não vale a pena reenumerar a falta de razoabilidade
económica e o risco inaceitável destes empréstimos da CGD, feitos a ele e a
outros cavalos, para controlo do BCP. Um empréstimo normal assenta em garantias
sólidas e tem subjacente uma rentabilidade que permita o reembolso com juros. É
absurdo imaginar as ações do BCP na altura a cumprirem as duas condições.
O que é certo é que este jogo de xadrez custou milhares de
milhões de euros ao contribuinte, estupidamente assim queimados, em vez de terem
contribuído para financiar criação de riqueza.
Este jogo de xadrez teve um rei, José Sócrates, que não
resistiu politicamente ao descalabro; penalmente ainda estamos para ver. De
resto, os seus bispos e torres ainda por cá andam em funções e sobre estes desmandos
e desastres nada fizeram, nada viram.
Se hoje já podemos ir ao banco, seria bom que o resultado
fosse diferente.
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