13 março 2018

Quando menos é mais


Por estes dias, tenho-me entretido a editar fortemente algumas fotos, com resultados como o do exemplo aqui publicado. De forma simplificada, retirei a cor, contraste e detalhe e puxei a exposição ao que achei ser o máximo possível antes de estourar, eliminando zonas escuras.

Objetivamente, a fotografia fica com menos conteúdo, perdeu cor, perdeu nitidez e a amplitude de tons ficou esmagada. Mais pobre, por isso? Não necessariamente, mesmo com a devida ressalva do “gostos não se discutem”, ficou mais bonita, sendo que um mérito fundamental está na origem, neste caso na Jennifer.

Quando pensei neste texto, inicialmente apareceu-me a palavra “desconstrução”, mas recusei-a. Tenho-lhe alguma alergia. Evoca-me quem nunca construiu, não imagina bem o que isso seja, acha que está mal e tem muito gozo em desconstruir, sem ter grandes ideias de como depois fazer algo de novo. Valorizo mais o (re)construir e o evoluir.

Ficou então a frase que dá o título lá em cima: “Quando menos é mais”. Noutro campo, no das palavras, rever e melhorar é para mim sinónimo de reduzir e simplificar; cortar e apurar. No caso desta e das outras fotografias revisitadas, diria, de forma grosseira, que uma máquina com metade da resolução e com uma lente mais básica conseguiriam o mesmo resultado. Coisas a tomar em consideração antes de dar prioridade a ligar complicómetros e achar que tudo se resolve complexificando e sosfisticando.

Sem comentários: