Quando em agosto de 2014 o BES de então foi “resolvido”, o a seguir denominado “Novo Banco” seria supostamente a parte boa e enxuta da instituição. Os buracos e as desgraças teriam ficado na parte má. Evidentemente que não era expetável um mar de rosas para os primeiros tempos de um banco novo, a começar naqueles auspícios, por muito sãozinnho que fosse suposto ser o seu balanço inicial.
Três anos e sete meses depois do “dia D” estar ainda a registar mais dois mil milhões de buraco, imparidades, malparado, em Portugal ou nas Arábias, custa-me muito a entender.
A recapitalização pelo fundo de resolução de 4,3 mil milhões, está dada como perdida. Com este novo buraco vão ser necessários mais 800 milhões dos quais 450 empresta(da)dos pelo Estado. Certamente que esperamos que o Estado recupere estes e o empréstimo inicial. Ao fim e ao cabo, a “coisa” foi apresentada como “sem custos para o contribuinte”.
Presumo que o fundamental destes dois mil milhões condenados já lá estaria em 2014, não creio terem sido fruto da nova gestão, destes últimos anos. Se lá estavam, como demorou tanto tempo a serem identificados e assumidos? Estavam assim tão bem escondidos? Ou, até agora, assumia-se algum otimismo na avaliação e o novo dono resolveu ser especialmente pessimista?
Será coincidência este enorme buraco ser revelado neste momento, quando ainda pode ser imputado e assumido pelo passado? E, já agora, são mesmos os últimos “miles” milhões…?
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