12 setembro 2017

Entre bairrismo e identidade


No mundo sou pelo meu país, no meu país pela minha região, na minha região pela minha terra, na minha terra pelo meu bairro… e onde acaba isto? No meu bairro pela minha rua, na minha rua pela minha casa, na minha casa pelo meu quarto e no meu quarto, eventualmente, se aplicável, pelo meu lado da cama!?!

Certamente que há identidade e valores que servem de âncora ao estar e ao andar neste mundo, mas o bairrismo exacerbado, mesmo sem chegar ao nível do lado da cama, é uma forma de pobreza. Porque ao desvalorizar o diverso, ao menosprezar o diferente, resulta numa consanguinidade cultural e social, com a correspondente degradação. Então, quanto mais mistura melhor? Sim e não. Diversas influências são riquezas, mal lidas ou não interpretadas são despiste. Ao invés? Sou por tudo o que é antagónico: se o meu meio é verde, abraço o amarelo? Não, a (des)construção de uma identidade pela negativa, é mais uma forma, pouco inteligente, de acabar pobre e perdido.

No mundo, sou pelas pessoas sérias, francas e bem-intencionadas. Vê-lo-ei com uma ótica condicionada, é certo, pelo que vi até hoje. Mas continuarei de olhos abertos.

3 comentários:

Júlio Resende disse...

Gostei do texto. Gostei em particular do último parágrafo, faço os possíveis por me rever nele.
Abraço

Carlos Sampaio disse...

Obridado.
Um abraço.

Carlos Sampaio disse...

Era para ser "obrigado"... !