Isto vem a propósito do antissemitismo que ressurge por
estes tempos, supostamente na sequência da intervenção de Israel em Gaza. Claro
que a ação de Netanyahu em Gaza tem aspetos condenáveis, claro que o indecente
ataque de 7/10 “obrigava” a uma reposta e claro que, atendendo à forma como o
Hamas faz das populações civis escudos humanos, essa resposta afetaria
certamente inocentes.
Agora, Israel é um país onde há quem discorde de Netanyahu e
pode demonstrá-lo livremente na rua sem ficar com ossos partidos ou pior. E assumir
que todos os judeus aplaudem e apoiam os excessos do poder atual em Israel e
com isso relançar um antissemitismo global é ignorância, estupidez ou pior.
Convém recordar que todas as guerras Israel – Palestino/árabes
não foram provocadas por Israel e quem lança uma guerra e perde, perde ….
Convém recordar que a faixa de Gaza esteve livre, se é que para um território sob
o controlo do Hamas essa expressão possa ser usada, sem presença de ocupante
israelita, desde 2005…
Enfim, a facilidade com que se abraça o antissemitismo é um reacender de coisas que infelizmente não querem desaparecer. É rancor e ódio contra uma comunidade diferente e invejada por ser frequentemente próspera? É a nostalgia dos estados nação religiosamente homogéneos onde outros credos fugiam ao controlo e promiscuidade entre religião e Estado? Isto e ou muito mais, é triste e, desculpem lá uma ironia final. Frequentemente aqueles que pedem todo o respeito e tolerância para alguns “outros”, que até apresentam códigos sociais incompatíveis com a nossa norma, são os mesmos que lançam este ódio contra estes “outros” que não atrapalham rigorosamente nada nem ninguém na nossa sociedade. Descubra as diferenças…
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