Tempos houve em que alguém produzir algo com as mãos constitua uma desqualificação social. Tempos houve em que os camponeses eram uma subespécie estruturalmente abaixo dos senhores feudais e doutos clérigos. Algo que devia ficar mansamente pelos campos como as árvores e as ovelhas.
Felizmente esses tempos mudaram, em princípio, e usar as mãos
ou trabalhar a terra deixou de ser um sinónimo de descrédito social. O vírus,
no entanto, não morreu completamente e de vez em quando lá vêm os sinais da supremacia
neo-aristocrática e dos privilégios da
capital relativamente ao resto, “paisagem”.
Quem conhece Espinho, sabe que a jovem cidade é tudo menos rural.
Lá num canto é até vareira, mas gente do mar é ainda outra coisa. Se ainda
fosse Montalegre ou Vila Viçosa …
Enfim, para lá da 2ª circular existirá uma grande homogeneidade,
na perspetiva de alguns personagens muito Queirosianos… Vocês sabem de quem eu
estou a falar… !
Atualizado em 8/5 com publicação no Público
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