03 maio 2024

Rurais, vareiros e outras diminuições




Tempos houve em que alguém produzir algo com as mãos constitua uma desqualificação social. Tempos houve em que os camponeses eram uma subespécie estruturalmente abaixo dos senhores feudais e doutos clérigos. Algo que devia ficar mansamente pelos campos como as árvores e as ovelhas.

Felizmente esses tempos mudaram, em princípio, e usar as mãos ou trabalhar a terra deixou de ser um sinónimo de descrédito social. O vírus, no entanto, não morreu completamente e de vez em quando lá vêm os sinais da supremacia neo-aristocrática  e dos privilégios da capital relativamente ao resto, “paisagem”.

Quem conhece Espinho, sabe que a jovem cidade é tudo menos rural. Lá num canto é até vareira, mas gente do mar é ainda outra coisa. Se ainda fosse Montalegre ou Vila Viçosa …

Enfim, para lá da 2ª circular existirá uma grande homogeneidade, na perspetiva de alguns personagens muito Queirosianos… Vocês sabem de quem eu estou a falar… !

Atualizado em 8/5 com publicação no Público

Sem comentários: