Tem-se visto algumas referências ao paralelismo entre os atuais protestos de estudantes, particularmente nos USA, contra a guerra na Palestina e aos de há umas décadas atrás contra a guerra do Vietname. Há alguns pontos em comum, mas a intervenção militar americana na indochina tinha motivações, objetivos e antecedentes completamente diferentes dos do contexto atual. Também quem protestava era quem, ou seus próximos, lá ia expor-se, o que não é o caso de todo neste momento.
O que há também de comum entre estes protestos e outras
contestações estudantis é o serem “contra o seu sistema”. É
compreensível e meritório que os jovens queiram e exijam um mundo melhor e
questionem a forma como o seu mundo é administrado, mas isso não deveria gerar simpatia
por regimes brutais, largamente piores em termos de respeito pelos direitos
humanos do que o mundo ocidental. Porque será que a brutalidade da Rússia na
Síria para acabar com o Estado Islâmico, poucos dedos fez levantar? Xinjiang
diz alguma coisa?
Na fundação de Israel, este enfrentou os estados árabes
promovidos pelo ocidente, na sequência da reorganização dos Médio Oriente, pós
queda do império Otomano. Assim, inicialmente foi buscar apoio ao chamado bloco
de Leste. Vai uma aposta em como se hoje os EUA ainda apoiassem apenas os
árabes e a Rússia suportasse Israel, os estudantes americanos estariam sossegados
ou, quando muito, a sair à rua com bandeiras do estado judaico, protestando
contra o (seu) imperialismo que tinha desencadeado esta guerra desnecessária? Depois,
há também quem se aproveite desta ingenuidade/ignorância e que lhes chama “idiotas
úteis”.
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