Com o processo de substituição de Fernando Araújo na direção do SNS, têm abundado as referências ao seu cargo de “Diretor Executivo”. Não será caso único com essa função designada, mas o sentido dela em bom português é algo que me escapa.
Escapa-me pela simples razão de que, tanto quanto sei ou
imagino, não existem diretores sem funções executivas. De que servirá então
acrescentar esse atributo, em pleonasmo? Penso que se deve a um certo “lost in
translation”.
Em inglês existe, é certo, o executive director, mas
a confusão vem do facto de que director não se traduzir por diretor, mas
sim por administrador. O board of directors é o conselho de
administração, não a direção da empresa/entidade. Aí faz todo o sentido existirem
administradores executivos, com responsabilidades na gestão diária da empresa e
outros não executivos.
A confusão aumenta quando os membros executivos de uma
administração constituem uma chamada “comissão executiva” (CE), que
efetivamente governa a empresa ao mais alto nível. Chamar “executivo” a um
diretor poderá ser uma forma de tentar dizer que ele “está lá em cima”. Não
será, no entanto, pelo simples título de “executivo”, alguém que executa, que
tal se concretiza. A kind of lost in translation?
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