Há autores para os quais um ou dois livros lidos implicam a
vontade de outros dois e de tudo o que deles apareça. Por vezes o que aparece,
já depois dos títulos sonantes terem sido digeridos, não é necessariamente a
primeira água, mas tem que ser bebido.
John Steinbeck é um desses autores para mim. Mais “A Leste
do Paraíso”, e outros humanamente mais densos, do que “As Vinhas da Ira”, mas
se me aparecer à frente um título desconhecido, lá ma rendo a este autor sem
Deus conhecido.
Recentemente apareceu-me este “Um Dia Diferente” e lá foi
comigo até à caixa. Confesso que não tinha expetativas muito elevadas, mas
enganei-me. Lá estava de novo aquela densidade e simples complexidade de
personagens, tão distantes e tão próximos. Há muito tempo que não dava por mim
ansioso a ler e saborear, expectante sobre onde tudo aquilo ia terminar. Como
acabaria a história daquela trupe tão marginal, tão tresmalhada e tão humana.
Não digo aqui como acabou, mas ainda bem que graças a um Deus qualquer que existe quem consegue ver e contar o mundo como Steinbeck.
2 comentários:
Li,e acho que ainda andam cá por casa, senão todos, pelo menos a maioria dos livros do Steinbeck.Comprados há mais de 60 anos.Tenho ideia que a primeira oferta de namoro que dei á minha mulher, suponho que foram "As vinhas da ira".Na época dividia a minha admiração entre o Steinbeck e o Hemingway.
O Hemingway não escrevia mal, não senhor, mas considero o Steinbeck humanamente mais "denso", seja lá o que isso queira dizer.
"As Vinhas da Ira" é na minha opinião mais próximo do registo Hemingway
(e presumo que a senhora tenha gostado da prenda ! :) )
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