Andou mal o Presidente da República neste processo das gémeas luso-brasileiras. Para lá dos detalhes que ainda não sabemos, nomeadamente qual o nível de pressão que ele e/ou a sua equipa colocaram na comunicação da solicitação ao governo, ele esteve especialmente mal com a sua “amnésia” inicial.
Face ao pedido, o governo tinha duas opções: ignorar/recusar
ou dar seguimento favorável. Se ignorou, significa que todo o processo teve uma
evolução normal, como para qualquer cidadão lambda deste país. Não parece, de
todo, ter sido o caso. Se resolveu atender ao pedido, recordando o paralelo com
a solicitação para a TAP antecipar um voo, com o simples objetivo de agradar ao
PR, aí há outra perspetiva para a cunha, que é a de quem a aceitou. A ter
havido favorecimento efetivo, não foi a presidência quem deu as ordens ao
hospital.
Em todos os contextos e escalas, se restringirmos o direito
a condenar a quem nunca deu uma “palavrinha” a alguém para desbloquear e
avançar rapidamente com algo na administração pública, ficam poucos para atirar
a primeira pedra.
Estes poderes e privilégios não devem existir no país onde
queremos viver e o PR e o Governo têm responsabilidades acrescidas. A relação
entre dois órgãos de poder, especialmente a este nível, não pode incluir destas
transações. Por muito “tradicional” que seja este “desporto nacional”, pelo
princípio e pela escala, o caso precisa de ser esclarecido de A a Z.
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