13 julho 2022

Poder – a disputa e o exercício


Uma coisa é disputar o poder e defendê-lo quando ele é precário; outra coisa é exercê-lo quando na respetiva posse. Uma coisa é disputar o leme; outra coisa é navegar.

Há vários exemplos de líderes que se aplicaram com sucesso na conquista e que falharam redondamente depois. Há algum tempo, Cavaco Silva recordou a herança da sua maioria absoluta. É certo que se trata de uma figura pouco empática. Mais rapidamente se perdoa a Soares injuriar um polícia no exercício das suas funções do que a Cavaco por comer bolo-rei atabalhoadamente. Inquestionável é constatar a herança significativa na organização do país deixada por este último.

Penso que estamos atualmente a viver um momento em que, conquistado o poder e anulados os inimigos, o governo está perdido sem saber como o exercer. Que ficará para a história como legado de António Costa, de positivo? Em que aspetos o país no final da corrente legislatura estará estruturalmente melhor do que estava em 2016? Tenho dificuldade em hoje identificar e sérias dúvidas sobre o que possa ainda chegar. Espero estar enganado.

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