É consensual andarmos a consumir mais recursos do que o planeta sustentavelmente disponibiliza e a energia é um dos pontos mais críticos. Precisamos de ser mais frugais.
Temos ministérios com transição energética no título e a
redução da utilização dos combustíveis fósseis é uma das suas bandeiras mais
vistosas. Decreta-se que veículos elétricos serão o futuro exclusivo, já em
2035. Mas não basta dizer que “se quer” aumentar a produção de energia elétrica
de fonte renovável. Hoje em Portugal falta aproximadamente um terço de
“renováveis”. Isto é um número concreto, são tantos kWh. Para 2035 qual será a
procura de energia elétrica nessa altura, devidamente aumentada pelos novos
veículos elétricos? Quantos kWh? De que fontes “renováveis” virão esses kWh? Há
um plano, qual? É que mais rios para barragens e montes para eólicas, já não
sobram muitos, além da polémica… ambiental com os mesmos.
Na Europa o défice atual é ainda maior, especialmente se o
nuclear não for considerado “bom e limpo”. Recentemente até tinha sido decretado
que o gás natural podia ser considerado “transitoriamente limpo”; depois Putin complicou
as contas. Cheira-me que para as agendas políticas 2035 é noutro século e, ao
dia de hoje, o fundamental é capitalizar títulos e declarações de intenções,
mas o título não basta. Saber quantos kWh serão necessários e de onde virão é
uma exigência básica. Se não sabem quantos kWh, podem apresentar em joules ou
em calorias… Entretanto, o pessoal adere a veículos elétricos com uns frugais
300 cv ou mais, achando que esse é o caminho da salvação.
2 comentários:
Na mouche
Jorge Neves, pois... e nem é preciso ser ministro para o constatar ! :)
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