06 janeiro 2022

Não, a Europa não é uma página em branco


O cartaz acima representado, patrocinado pela União Europeia, Conselho Europeu, vem defender e valorizar o uso do véu islâmico, em nome do respeito pela diversidade e invocando a liberdade. Gerou polémica suficiente para a campanha ser suspensa.

De facto, se poderá haver quem o use por gosto, muitas o usarão por pressão social e/ou para não serem assediadas e dificilmente se pode associar este monástico esconder o cabelo e a beleza que o mesmo transmite a… beleza.

A Europa tem tradição, parcialmente justificada, de ser terra de acolhimento. Depois há aquele trauma cristão do “mea culpa”, curiosamente até mais assumido pela esquerda, segundo o qual os pecados do nosso passado e os males feitos por esse mundo fora, devem ser expiados recebendo e ajudando todos os pobres do mundo.

Quem achar que deve haver limites para o que pode chegar e mudar é imediatamente desclassificado e carimbado como xenófobo. A Europa não é uma folha de papel em branco onde tudo pode ser escrito, nem uma Torre de Babel multicultural. Tem a sua cultura e o seu quadro social, no qual os europeus se reconhecem. O véu islâmico e os princípios que impõem a sua utilização não estão conforme com os princípios sociais em que a Europa foi construída e teve sucesso, nomeadamente com o papel da mulher na mesma.

Que uma instituição europeia venha promover e valorizar isto, sobe a capa da tolerância, demonstra até que ponto os poderes em vigor estão divorciados dos sentimentos da população. Na campanha presidencial francesa, assiste-se a uma subida fulgurante de Eric Zemmour e simplesmente apontar a componente xenófoba do que ele diz ou uma vez disse é insuficiente para o desacreditar face aos eleitores chocados com a desfiguração do seu país. Pelo contrário…

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