Há bastantes. Não necessariamente quanto ao desejo de haver paz no mundo; esse é antigo e algo gasto, mas muitos sobre a transição energética. É um desejo bonito e fica bem em todos os programas eleitorais pedir o fim da produção de energia elétrica geradora de CO2. Obviamente que também é bonito haver rios livres sem barragens, montes limpos de eólicas e por aí fora. O nuclear também não devia estar bem, mas a Europa decretou recentemente que podia ser usada na transição para a transição. A França, atrapalhada por várias manutenções no seu parque nuclear, mantém o carvão. Nós por cá já fechamos as duas últimas que restavam.
Há também muitos discursos sobre a importância de a paisagem
continuar bonita, exatamente como nos tempos pobres e tristes em que não havia eletricidade
nas aldeias nem atividade económica no interior, para lá da dura subsistência. Tudo
o que seja uma utilização economicamente racional e sustentável da terra é logo
um abuso intensivo a limitar. Seja oliveiras, eucaliptos, pinheiros, abacates,
morangos ou mirtilos. Aparentemente apenas o trigo do Alentejo e o milho no Norte
são aceitáveis aos olhos dos citadinos que gostam de disfrutar da paisagem ao
fim de semana.
Acho curiosas estas visões de futuro apenas compatíveis com
o passado dos romances neorrealistas, independentemente da qualidade literária
dos mesmos. Não, não defendo um vale tudo, mas um pouco de realismo nunca fica mal.
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