As inverosímeis imagens que vimos esta semana do Capitólio dos EUA constituem uma tentativa de golpe de estado. Uma multidão toma de assalto uma instituição fundamental do regime, com o objetivo de evitar pela força uma transição de poder legitima.
Obviamente que estamos nos EUA onde as instituições são
sólidas e apesar dos 70 milhões que votaram Trump, os apoiantes destes métodos
serão bastante menos, não sendo suficientes para a consolidação da revolução
tentada.
Trump não pertence, se dúvidas ainda houvesse, ao universo
dos habituais inquilinos daquelas paragens e instituições. Não se está a ver
nenhum outro presidente efetivo ou potencial a comportar-se daquela forma. Mas,
aí está a força (e a fraqueza) dele. Ao desconhecer o mínimo respeito pelas
instituições e ao apelar aos seus apoiantes à mesma atitude, ele encontra
ouvidos nos que entendem que as instituições e respetivos inquilinos habituais
não os respeitam também.
A cura para este mal não passa por mais polícia,
independentemente de neste caso ter sido insuficiente. A solução depende das
elites e do seu trabalho responsável e sério de credibilização, de escuta, de
humildade e de exemplo. Deixar arrogantemente a "escumalha" à deriva é armazenar
pólvora que só espera a faísca, que se pode chamar Trump ou outra coisa
qualquer, nos EUA ou noutro local do planeta. Vejam o perfil e curriculum dos
atuais líderes que por aí andam e ouçam-nos a pedir respeito…
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