26 fevereiro 2008

Geografias



Acredito que todos temos limites para tudo: um limite para a paciência, um limite para a resistência e um limite para a criatividade sendo, este último, tantas vezes pateticamente ultrapassado.

Tristes os pobres diabos que balbuciam o que já declamaram, que repetem os acordes que já compuseram, que repassam as cores que já pintaram e que rabiscam linhas o que já escreveram.

Por tudo isto, e pela dificuldade em manter um nível decente de criatividade, tenho um especial carinho por todas as figuras que décadas passadas continuam a criar e a recriar.

Na música popular portuguesa, esse baú de riquezas, dos maiores que a nossa cultura tem, estão dois exemplos. Um deles é o Jorge Palma que 3 décadas depois do excelente “Té Já” sai com o “Voo Nocturno”, que se vendeu e ouviu até à exaustão.

Outro, bastante menos mediático, é o homem que fez mais pela vida e sobrevivência dos instrumentos populares portugueses do que todos os museus e ministros juntos: Júlio Pereira. O seu último albúm, “Geografias”, que descobri recentemente, é uma boa surpresa, mesmo tendo, naturalmente, passado ao lado das “playlists”.

E, só para recordar, caso tenha passado ao lado de alguém: "O Coração Tem Três Pontas" de Dulce Pontes e, como exemplo, "O Meu Porto de Graal"!

1 comentário:

Anónimo disse...

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