Há uma coisa que me impressiona fortemente que é ver um fato coçado ser vestido com dignidade. É fácil envergar solenemente um fato novo, catita e de acordo com a moda do momento. É normal um fato velho ser usado com desleixo e sem gosto. Agora, vestir um fato velho no fio, como se fosse novo, completado por uma gravata fina quando se usam largas, ou vice-versa, é daquelas coisas que vai contra a lei natural das coisas.
Ver passar alguém assim, em pose alta e grave, envolvido em farpelas gastas, exigindo delas uma imagem que não podem dar, questiona-me. Qual a pobreza que tal coisa permite: a pobreza material que não deixa ter um novo fato após décadas de serviço do anterior? Ou a pobreza de vista que não detecta a incoerência gritante da sua própria figura? Quero crer no primeiro caso e, nessa suposição, a imagem de quem busca ostentar uma dignidade que manifestamente não alcança, decididamente mexe comigo.
Ver passar alguém assim, em pose alta e grave, envolvido em farpelas gastas, exigindo delas uma imagem que não podem dar, questiona-me. Qual a pobreza que tal coisa permite: a pobreza material que não deixa ter um novo fato após décadas de serviço do anterior? Ou a pobreza de vista que não detecta a incoerência gritante da sua própria figura? Quero crer no primeiro caso e, nessa suposição, a imagem de quem busca ostentar uma dignidade que manifestamente não alcança, decididamente mexe comigo.
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