07 fevereiro 2008

Um caso de saúde pública ?

sSurpreende-me a reacção agressiva evidenciada por alguns fumadores a propósito da nova de lei do tabaco. Recordo-me da proibição do fumo nos aviões, hoje assumida e inquestionada, em que, na altura, muitos “fazedores de opinião” dispararam de forma idêntica contra esse “cerco e perseguição abusivos” de que estavam a ser alvos. Acredito que, em certos momentos, puxar por um cigarro proporcione um enorme prazer e ser proibido fazê-lo custará muito. Acredito também que ver a percepção social desse prazer mudar do distinto para o condenável seja desconfortável. Porque é que os grandes centros comerciais, com todos os meios possíveis disponíveis, ignoraram os fumadores na aplicação da nova lei? Por responsabilidade social ou por simples irrelevância comercial? Prazeres egoístas à parte, para gente responsável não deveria haver dúvidas sobre um conjunto de factos claros.

Se há falta de clareza na regulamentação da legislação, discuta-se e resolva-se esse aspecto concreto mas sem, por isso, colocar em causa o fundamento da mesma.
Um local “fumador” só pode ser aceitável se não houver serviços aí prestados. Por que motivos um empregado de um restaurante há-de ser obrigado a fumar passivamente? Só porque os clientes são todos fumadores? Não tem direito a um local de trabalho saudável?
Só falta o disparate de ser proibido fumar na sua própria casa? Porque não, em casos extremos, se isso for necessário para proteger os menores que lá habitem? Da minha experiência pessoal, o registo de comportamento dos grandes fumadores antes das restrições coercivas é, em geral, bastante egoísta.

O problema de fundo não é de liberdade, mas sim de dependência. Se um fumador não suporta passar tantas horas sem fumar, é um problema a resolver de alguma forma, mas nunca menosprezando a liberdade que terceiros têm de regressar diariamente a casa sem a roupa empestada de fumo. Para concluir, uma pequena provocação sobre limitações e dependências: há locais de trabalho em que o álcool não é permitido. Que resposta se poderá dar aos dependentes etílicos que não se sentem bem sem um copito ao almoço? Respeitar-lhes a liberdade?

1 comentário:

Anónimo disse...

Ena... Ninguém responde a provocações??? ;)
HP