Imaginem que alguém trespassa um stand de venda de automóveis em 2ª mão e diz ao comprador. Têm aí 50 automóveis, que valorizamos a 100 mil euros, mas não sabemos bem o seu estado. Vamos contabilizar a venda a 100 mil euros e se depois os vender por menos, assumimos e pagamos a diferença.
Neste contexto estão a ver o novo proprietário motivado a
tentar vender os automóveis pelo melhor preço e obter os 100 mil euros? Claro que
não, está pouco preocupado com isso, porque a receita está garantida. Aqui ainda
estamos num domínio minimamente honesto.
Se passarmos à desonestidade, então o senhor esperto irá
vendê-los a um amigalhaço, ou a si próprio indiretamente, por 20 mil, para depois
revender por 80 ou 100, ficando com algum “lucro” no negócio, à custa do
inocente que montou este negócio, com todo o risco do lado dele.
Imaginamos agora que não é um simples stand com um stock de
automóveis, mas uma instituição financeira com um stock de créditos e de imóveis?
Os mesmos riscos estão lá, apenas a escala é diferente. Acrescentemos que o
vendedor, o tal que compensa a diferença, é o Estado Português, todos nós?
Será um pouco escandaloso, não? Foi e está a ser o caso da privatização
do Novobanco. Estava-se mesmo a ver que isto ia acabar como estamos a ver nas notícias,
não?

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