Há algo de comum entre o apoio ao potencial candidato à PR Gouveia e Melo e o recebido no passado por Tino de Rans. É o virem de fora dos circuitos partidários, não viverem no serralho. Apesar do vazio das expetativas quanto à sua capacidade e eventual desempenho como PR, o calceteiro de Penafiel conseguiu mais de cem mil votos. De Gouveia de Melo também pouco se sabe, mas pode vier a ter um resultado interessante, apesar do vazio atualmente existente quanto ao seu pensamento e opções políticas. Diria mesmo que, quanto menos falar, maior probabilidade de sucesso terá.
Esta atração pelo vazio diferente é consequência da repulsa
pelo vazio oficial. O normal seria que o PR fosse um senador, sobejamente
conhecido e respeitado pelo eleitorado pelas suas ideias e as suas práticas. Alguém
sobre o qual pouco vazio pairasse. E, quanto a candidatos com esse perfil,
estamos um pouco no vazio.
Não ajudará também o perfil do atual PR, sobejamente falador
e opinador, mas em tamanha escala e dispersão, que os excessos e superfluidades
acabaram por criar uma outra espécie de vazio.
Portanto, de uma forma ou de outra, perspetivam-se umas
eleições assim em forma de vazio. Perigoso.
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