Neste solstício de Inverno, onde o ciclo solar recomeça e, sem ser por acaso, o ano civil muda, supostamente celebramos a data de nascimento de um tal nazareno. Há para muitos uma dimensão religiosa que não terá discussão, haverá para outros a fragilidade e o questionável rigor histórico da data e, mantendo-nos na dimensão histórica, algo mais pode ser evocado.
Em setembro 2023 percorri Israel, parte dos “últimos
turistas” antes da eclosão da guerra. Um dos locais visitado foi o monte das
Bem-Aventuranças, onde num cenário belíssimo face ao mar da Galileia, esse tal
nazareno terá realizado um sermão e que acabou por fazer mudar meio mundo. Só
por isto, já impõe respeito e reflexão.
Mas, há algo que se pode acrescentar e continuando na
dimensão histórica. Num mundo intolerante e impiedoso ele disse que “Quem nunca
pecou que atire a primeira pedra”, num mundo de olho por olho, dente por dente,
que por vezes passa a dois dentes por um olho e três olhos por dois dentes, ele
sugeriu sair pela exposição da outra face; num mundo de clãs e tribos ele disse
que “Todo o homem é meu irmão” e que todos, mesmo os mais pobres e
desfavorecidos têm valor e direito ao respeito e à dignidade.
Se isto não é uma precoce declaração universal dos direitos
humanos, parece. Com ou sem fé à mistura, há algo associado a esta figura
histórica que merece ser celebrado. Feliz Natal !
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