Pobres libaneses que nascendo no que outrora era considerado a Suíça do Médio Oriente, multicultural e livre, vivem hoje num país destruído, desestruturado e de frágil autoridade.
Pobres libaneses que se viram invadidos em 1970 pelos palestinianos
da OLP, expulsos da Jordânia num “setembro negro”, após programarem assinar o
rei anfitrião e aí tomar o poder. Seguiu-se uma desestabilização e uma guerra
civil, cujas cicatrizes ainda não desapareceram.
Pobres libaneses que a seguiram viram instalar-se no seu
país uma organização militar patrocinada e dirigida pelo Irão e que, sem ser controlada
nem prestar contas às autoridades libaneses, mais não busca do que violência e
destruição.
Podemos entender que os Palestinianos na Cisjordânia tenham
capital de queixa pela presença e controlo israelita; mais difícil é entender
que a faixa de Gaza, deixada tranquila por Israel desde 2005 queira reacender a
sua guerra, mas o Hezbollah? Que argumentos tem para estar há um ano a tentar
massacrar o norte de Israel? Ainda por cima, sendo xiitas que ainda não há
muito tempo lutavam ferozmente na Síria contra a família sunita onde se
enquadra e se alimenta o Hamas?
Que, depois de um ano de ameaças e assédio, consideradas
“normais” por uma certa comunidade internacional, agora Israel se defenda proactivamente,
é de súbito um “ai Jesus”, que estão a escalar a guerra…?
Podemos e devemos questionar a estratégia de Israel em Gaza,
mas que contra-ataque quem o ataca a partir do Líbano sem outra razão nem
objetivo que não seja a sua destruição, deveria ser mais difícil de criticar.
Pobres libaneses que não os deixam viver em paz no seu
outrora belo país, entre os seus cedros.
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