Com 15 anos de diferença, 2 países tentam sair de uma guerra que, de uma forma ou de outra nunca conseguirão ganhar. Protagonistas, 2 generais.
Sendo o quadro institucional, reconhecimento e poder de De
Gaulle na França de 1960 de nenhuma forma comparável com o de Spínola em
Portugal em 1974, há alguns pontos em comum, sobretudo na forma como o processo
encerrou.
Os movimentos de “libertação” exigiram e conseguiram o
estatuto de interlocutores únicos, em seguida adotaram o princípio do “ganhamos,
é nosso” e nos casos de haver mais do que uma força em jogo, entraram a seguir em
guerra civil mais ou menos longa… Democracia, nem vê-la; pluralidade racial ou
religiosa, excluídas.
Talvez que se França e Portugal tivessem tido o
discernimento de entenderem os ventos da história a tempo e dirigido o processo
noutra direção mais cedo, o desfecho poderia ter sido diferente, não sabemos.
O que sabemos é que, como me disseram noutra latitude e
noutra língua, a independência foi “Cambiamos de manos”.
Os povos, em nome dos quais foram levantados os movimentos
de “autodeterminação” não foram tidos nem achados e não tiveram a mínima
palavra no pós-independência. Mudaram de dono, sendo os novos donos de outra
raça ou de outra religião. No final não ficaram necessariamente a viver melhor…
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