Continua de …
Depois do cogumelo subir nos ares de Hiroxima ficou claro
que as guerras não voltariam a ser como antes.
Dizem que a II Guerra foi a continuação da primeira, e esta
talvez tivesse sido um ajuste de contas pela de 1870 e por aí fora. Dizia-se
que a “guerra era a continuação da política por outros meios”.
Qualquer coisinha, ganância ou birra, dava direito a cruzar
armas, de forma mais ou menos localizada, tendo nós tido a sorte de ser apanhados
nessas “políticas” apenas uma vez, a da ambição napoleónica, que muito mudou
isto por cá… e pelo Brasil.
No nosso retângulo nunca tivemos a mesma dinâmica e rotina
bélica do centro da Europa. Lutamos contra os muçulmanos na construção do país,
lutamos contra os castelhanos /espanhóis nos séculos XIV e XVII na reafirmação
do mesmo; lutamos entre nós no parto do liberalismo, mas nunca tivemos guerras
permanentes de 30 ou 100 anos como para lá dos Pirenéus.
No século XX as guerras globalizam-se deixaram de ser
pontuais conflitos bilaterais. A primeira vai ter a barbaridade das trincheiras
e da inacreditável facilidade com que se enviava inutilmente carne para canhão
ao tentar furar a linha. Para a segunda a mecanização dá maior mobilidade e a
novidade são os “desmoralizadores” bombardeamentos de civis.
Hiroshima é um passo gigantesco na história bélica. A guerra
já não é extensão da política onde uma vez ganham uns, outra vez ganham outros.
É a potencial destruição do planeta onde todos perdem.
Há a divisão entre países que têm a bomba e a os que não a têm.
Nasce o equilíbrio do terror, entre os possuidores da dita, gente supostamente,
apesar de tudo, responsável, como a crise dos misseis de Cuba de 1962
demonstrou.
Não voltamos a ver guerras mundiais, apenas vivemos no receio
do que uma falsa manobra ou um erro de comunicação possa originar. O genial
filme Dr Strange Love de Stanley Kubrick que ilustra esta publicação é um monumento
eloquente a esse absurdo.
E a bomba trouxe alguma paz… quem diria.
Continua para …
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