Os 139 mil euros dos chamados almoços de trabalho realizados pelo presidente e ajudantes da Câmara de Oeiras durante alguns anos são pouco mais de que uma gota de água no orçamento anual de 245 milhões de euros da autarquia. Não é por aí certamente que vem o grande défice e a falência.
No entanto, há na atitude um défice enorme. A que propósito
um “almoço de trabalho” de eleitos e quadros da câmara pode integrar lagostas, champanhe
e outros afins, ainda por cima com a frequência apresentada? Que falta de
respeito pelos fundos públicos, que cultura e princípios de cidadania são estas
de quem se presume merecedor de iguarias “públicas” sem limite? Cada um desses
euros não lhes pertence, para serem gastos como lhes der na gana. O seu
propósito é serem utilizados em benefício público.
Quem acha merecer todo o marisco ao almoço, que critérios
terá nas restantes despesas e adjudicações? Pode Isaltino Morais garantir que
está “tudo certo”, as faturas terão eventualmente o número fiscal correto e o
IVA bem calculado, mas moralmente são absolutamente inaceitáveis. Quem não
entende isso, não merece gerir coisa pública.
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