Considerando que na Rússia as certezas são sempre relativas, mas considerando que Prigozhin morreu mesmo na queda do avião, isso constitui uma mui tradicional putinesca consequência do desafio que ele fez com a insurreição de há uns meses e, ainda pior, depois disso, com passear-se pela Rússia tranquilamente.
O que virá a seguir a esta decapitação do grupo Wagner?
Para lá de todas as barbaridades das quais o homem foi
responsável, Prigozhin era um líder com carisma e eficácia sem paralelo nas
estruturas das forças armadas russas. Globalmente, sem Wagner, a Rússia perde
capacidade militar.
Mais importante, que irão fazer todos os mercenários agora
desenquadrados? Tem o grupo estrutura que possa manter um mínimo de
operacionalidade e de fluxos financeiros que os conserve ocupados e satisfeitos?
Irão migrar para o exército regular? Irão, pelo menos alguns, ter espírito de
corpo e solidariedade com o líder desaparecido e passarem a lutar contra a
Rússia? Irão simplesmente “fazer pela vida” por conta própria com as armas que
têm nas mãos?
Certo que para um mercenário, o que conta é ser pago, mas
não é óbvio que todos aqueles homens armados sejam simples frios profissionais
da guerra sem emoções nem lealdades.
Não sei o que esta gente toda irá fazer, mas não gostaria de
os ter como vizinhos!
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