Uma particularidade dos cucos é a de colocarem os seus ovos
em ninhos alheios, aproveitando o esforço e a dedicação de outras espécies para
fazerem vingar as suas crias, expulsando inclusive do ninho os inocentes que a
ele tinham direito.
Nos anos 80 fui expulso de uma marcha “pela Paz”, organizada
na sequência do anúncio da instalação de misseis americanos na Europa. Aparentemente,
os Pershing americanos constituíam uma ameaça à paz, mas os SS-20 soviéticos
não. Dizer “Nem a leste, nem a oeste” não era coisa aceitável dentro dos
objetivos dos organizadores. Hoje ainda continuamos a ver muitos “pacifistas
unilaterais” e algumas posições quanto à tragédia em curso na Ucrânia estão aí,
claras.
Outra boa causa atualmente parasitada por “cucos” é a do
ambiente. Se é indiscutível a necessidade de mudarmos os nossos hábitos, convém
recordar que a eficácia virá de uma abordagem racional e científica e não de um
fervor religioso ou emocional. Sobretudo, é inquestionável serem os países ocidentais
e “capitalistas” quem mais preocupação e ações concretas tem tomado neste
capítulo.
Aproveitar a inquietação dos jovens quanto ao futuro e apropriar-se delas para apelar ao “fim ao capitalismo”, sobretudo quando os modelos alternativos pouco ou nada fizeram pelo dito ambiente, é manipulação desonesta, é uma subversão dos objetivos e um péssimo favor à causa. Cucos…
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