Após o 25 de Abril, o PS tornou-se rápida e claramente o
maior partido português. Para lá da empatia e bonomia de Soares, havia um grande
desejo de mudança, de progresso e de justiça social, mas em contexto ocidental.
Sábia a escolha do povo. Era a vontade de uma coisa assim tipo Suécia, quando o
outro partido, que na altura ainda não se chamava social-democrata, para muitos
cheirava um pouco à antiga senhora.
Hoje, esse PS está morto e não é questão de lamentar a ausência
dos fundadores, não foram santos e limpos como muitos imaginam. E ao executor
darei um nome: Sócrates. Se não há virgindade antes do mesmo, a escala deste é
outra e a sua herança assusta. Independentemente do resultado do processo que
corre na justiça, ele está politicamente acabado, mas tanta trafulhice não é
nem pode ter sido obra de um homem só, por mais poderoso que fosse. Houve
Sócrates e houve companhia.
E à morte darei um momento. Quando António José Seguro foi
saneado pela companhia.
E hoje podemos passar a certidão. As mudanças na Procuradoria
Geral da República e no Tribunal de Contas, para lá de coisas de importância
formal menor, como Vitor Escaria no gabinete do PM, atestam que a companhia
está pujante e bem instalada. Atestam que o se o cancro até pode ter nascido
com Sócrates, não morreu com o seu afastamento.
O PS, tal como muitos o viam em 1974, está definitivamente
morto e ai, ai os populismos! São uma séria ameaça.
Imagem: versão impressa no Público de hoje.
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