27 janeiro 2018

Coisas lá para casa


Quando fiz a minha prospeção de prendas natalícias gastei algum tempo na página da Tradisom, do amigo José Moças. Entre picando o que já sabia querer e cheirando o que talvez valesse a pena comprar, encontrei e encomendei um CD de um grupo chamado At Tambur, de quem nunca tinha ouvido falar, pecado meu.

De música não entendo muito e jeito para ela, bastante pouco. Simplesmente gosto ou não gosto do que ouço e há coisas de que gosto muito. E gostei muito desse álbum, achei-o uma coisa bastante bem feita e original. O CD é de 2003, tanto quanto soube o projeto não teve continuidade e o grupo já não existe.

Portanto, há uma dúzia de anos, alguém fez uma coisa muito interessante, aparentemente pouco divulgada, pelo menos para o meu nível de atenção, e desapareceu. Se agora o comprei e ouço, foi por ter decidido um dia escavar no catálogo da muito meritosa editora e divulgadora.

Onde quero chegar? Quantas coisas estarão a ser feitas hoje, fruto de muito esforço, com grande qualidade e a passar-nos ao lado? Hoje, numa altura em que as facilidades de divulgação são incomparavelmente maiores do que há uma dúzia de anos. Quando, com tanta facilidade, nos aparece à frente dos olhos um filme de um gatinho a trepar por um cortinado algures no outro lado do mundo...

Depois, há ainda os projetos que o pessoal até conhece, até estima, até põe uns gostos aqui e acolá, mas vai a correr sacar o mp3, porque a crise, coisa e tal. A guita não chega para tudo, certo, mas gastar mais facilmente os euros nuns drinks sociais, face a remunerar uma produção cultural que nos faz bem, apreciamos, sabendo que quem a fez também tem contas a pagar... pois...prioridades?

2 comentários:

gramofone disse...

Caro Carlos Sampaio, na verdade esse disco tem muita qualidade, não por eu o ter editado, mas porque os músicos eram (e suponho que ainda sejam) todos de grande qualidade e gosto musical. O nome attambur estava associado a uma página sobre música tradicional e durante algum tempo a mais importante no meio. Foi pena não ter continuidade, mas o seu mentor e principal responsável dedicou-se a outras guerras e fez bem, porque viver da música é loucura!
Ainda tenho alguns exemplares, muito poucos aliás!

Carlos Sampaio disse...

Caro José Moças... há um problema com a música que é o pessoal gostar de ouvir, mas se ter desabituado de pagar por isso.