Antes da polémica com a atribuição do Mundial de futebol de 2022 e com as condições desumanas nos estaleiros, muita gente teria dificuldade em distinguir o Qatar do Bharein ou até poderia presumir tratar-se de mais um emirato dos associados/reunidos.
Quem acompanhou o processo das primaveras árabes pela rama, terá ficado surpreendido por esse país ter participado ativamente e militarmente no derrube de Khadafi. Parecia estranho, num contexto supostamente meio fraterno. Quem viu de mais perto, identificou que o Qatar e o seu braço mediático, a Al-jazira, simplesmente cavalgaram a onda de contestação inicial, para ajudarem a derrubar os regimes “laicos” da região. Aqueles onde o Islão político, fundamentalmente inspirado e patrocinado pela Irmandade Muçulmana, estava severamente condicionado. Não foram os únicos, mas tomaram bastante protagonismo, muito graças à “compreensão” e aos “favores” de França, na altura liderada pelo Sr Sarkosy. As bombas caíam na Líbia e os petrodólares em França.
A influência do Qatar foi crescendo e isso, naturalmente, incomodou os Sauditas, guardiões dos lugares santos de Meca e Medina e putativos e pretensos líderes da comunidade muçulmana mundial. O boicote recentemente decretado por estes e pelos seus acólitos é inesperado e brutal. A propósito de brutalidade, podemos referir que a destruição inconsequente em curso no Iémen é também brutal e, neste caso, sobre a vida e a condição humana, bastante mais grave do que a diplomática e económica.
Neste mundo, onde tantos gostam de se posicionar entre amigos e inimigos, o facto de os Sauditas estarem nas boas graças do Mr Trump, traz alguma simpatia ao Qatar… e um certo crédito de modernidade, para já não falar do glamour de dar 200 milhões de euros por um miúdo famoso, para o pôr nuns retratos.
A acusação de suporte ao terrorismo, ou mais suavemente, de proximidade e apoio a fundamentalistas, cheira um pouco a de roto para rasgado. Incluir o fecho da Al-jazira no pacote das exigências, tem uma leitura clara: é um foco de influencia do Qatar no mundo, muçulmano e não só, que faz uma sombra incómoda para os Sauditas.
Desenganem-se os românticos, anti-trumps ou fans de qualquer coisa glamorosa. O Qatar faz sombra, sim, mas, no fundo e na copa, as árvores são muito parecidas, para não dizer iguais …
Foto da Reuters
Quem acompanhou o processo das primaveras árabes pela rama, terá ficado surpreendido por esse país ter participado ativamente e militarmente no derrube de Khadafi. Parecia estranho, num contexto supostamente meio fraterno. Quem viu de mais perto, identificou que o Qatar e o seu braço mediático, a Al-jazira, simplesmente cavalgaram a onda de contestação inicial, para ajudarem a derrubar os regimes “laicos” da região. Aqueles onde o Islão político, fundamentalmente inspirado e patrocinado pela Irmandade Muçulmana, estava severamente condicionado. Não foram os únicos, mas tomaram bastante protagonismo, muito graças à “compreensão” e aos “favores” de França, na altura liderada pelo Sr Sarkosy. As bombas caíam na Líbia e os petrodólares em França.
A influência do Qatar foi crescendo e isso, naturalmente, incomodou os Sauditas, guardiões dos lugares santos de Meca e Medina e putativos e pretensos líderes da comunidade muçulmana mundial. O boicote recentemente decretado por estes e pelos seus acólitos é inesperado e brutal. A propósito de brutalidade, podemos referir que a destruição inconsequente em curso no Iémen é também brutal e, neste caso, sobre a vida e a condição humana, bastante mais grave do que a diplomática e económica.
Neste mundo, onde tantos gostam de se posicionar entre amigos e inimigos, o facto de os Sauditas estarem nas boas graças do Mr Trump, traz alguma simpatia ao Qatar… e um certo crédito de modernidade, para já não falar do glamour de dar 200 milhões de euros por um miúdo famoso, para o pôr nuns retratos.
A acusação de suporte ao terrorismo, ou mais suavemente, de proximidade e apoio a fundamentalistas, cheira um pouco a de roto para rasgado. Incluir o fecho da Al-jazira no pacote das exigências, tem uma leitura clara: é um foco de influencia do Qatar no mundo, muçulmano e não só, que faz uma sombra incómoda para os Sauditas.
Desenganem-se os românticos, anti-trumps ou fans de qualquer coisa glamorosa. O Qatar faz sombra, sim, mas, no fundo e na copa, as árvores são muito parecidas, para não dizer iguais …
Foto da Reuters
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