Dia de Portugal, mas há mais mundo para lá de Portugal, como qualquer verdadeiro português saberá. Este dia, este ano, marca os 70 anos do lançamento do romance “A Peste” de Albert Camus. O meu exemplar na imagem deve estar mais ou menos a meio do caminho.
As grandes estórias, bem escritas e bem contadas, são intemporais. As grandezas e as misérias da condição humana não mudam e saber lê-las não tem tempos nem modas. No entanto, há alturas em que certas coisas nos parecem mais atuais e reler este livro, nesta fase da Europa e do mundo, assusta. Sentimos as ratazanas a crescerem e, ironicamente, há quem pense que o problema fundamental está na cor das mesmas. É necessário travar as ratazanas amarelas, nem que para isso se tolerem “um pouco” ou se chamem mesmo as “verdes”, as “boas”. Não, certamente que não deverá ser assim. Mais grave do que ignorar o perigo da “peste” é proporcionar ao seu crescimento, eventualmente com todas as boas intenções. Não, não é com piadas parvas nem com excitações inflamadas que a febre desce. É com humanidade…
Citando o mestre, em jeito de aviso à navegação, e sem mais palavras:
“Vivemos no terror porque a persuasão deixou de ser possível, porque o homem se entregou inteiramente à história e já não se pode voltar para a parte de si mesmo, tão verdadeira quanto a parte histórica, e reencontrar face a ele a beleza do mundo e dos rostos, porque vivemos no mundo da abstracção, o dos escritórios e das máquinas, das ideias absolutas e do messianismo sem nuances. Asfixiamos entre aqueles que acreditam terem absolutamente razão, seja na sua máquina, seja nas suas ideais. E para todos os que não podem viver que não seja no diálogo e na amizade dos homens, este silêncio é o fim do mundo.”
As grandes estórias, bem escritas e bem contadas, são intemporais. As grandezas e as misérias da condição humana não mudam e saber lê-las não tem tempos nem modas. No entanto, há alturas em que certas coisas nos parecem mais atuais e reler este livro, nesta fase da Europa e do mundo, assusta. Sentimos as ratazanas a crescerem e, ironicamente, há quem pense que o problema fundamental está na cor das mesmas. É necessário travar as ratazanas amarelas, nem que para isso se tolerem “um pouco” ou se chamem mesmo as “verdes”, as “boas”. Não, certamente que não deverá ser assim. Mais grave do que ignorar o perigo da “peste” é proporcionar ao seu crescimento, eventualmente com todas as boas intenções. Não, não é com piadas parvas nem com excitações inflamadas que a febre desce. É com humanidade…
Citando o mestre, em jeito de aviso à navegação, e sem mais palavras:
“Vivemos no terror porque a persuasão deixou de ser possível, porque o homem se entregou inteiramente à história e já não se pode voltar para a parte de si mesmo, tão verdadeira quanto a parte histórica, e reencontrar face a ele a beleza do mundo e dos rostos, porque vivemos no mundo da abstracção, o dos escritórios e das máquinas, das ideias absolutas e do messianismo sem nuances. Asfixiamos entre aqueles que acreditam terem absolutamente razão, seja na sua máquina, seja nas suas ideais. E para todos os que não podem viver que não seja no diálogo e na amizade dos homens, este silêncio é o fim do mundo.”
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