Antes de começar: trabalho numa empresa da área da pasta e papel desde janeiro deste ano e trabalhei noutra análoga entre 2001 e 2006. Entre 1987 e 2001 trabalhei num fabricante de bens de equipamento que fornecia setores diversos, incluindo o do papel. Atendendo à importância da indústria da pasta e papel na economia do país, não será uma coisa assim tão rara. O eucalipto é fundamental e indispensável para esta atividade? Sim. Não é autóctone? Não, como também não o são, entre outros, os pés de videira onde estão enxertadas a quase totalidade das vinhas do Alto Douro, pós filoxera. Uma restrição genética absoluta ao “autóctone” seria uma espécie de xenofobia redutora que levaria a que hoje não houvesse, por exemplo, vinho do Porto.
É comum associar ao eucalipto a expressão de crime ecológico. No entanto, a plantação industrial do eucalipto em Portugal tem mais de 20 anos e não conheço nenhum local onde tenham ocorrido catástrofes ambientais devidas especificamente ao eucalipto. Ardem? Ardem sim, como também arde o pinheiro e o mato e, com maior ou menor facilidade, toda a vegetação. Em climas idênticos ao nosso também ocorrem fogos florestais, mesmo sem eucaliptos, dependendo muito da forma e da conservação das florestas e zonas rurais; dependendo mais do contexto do que a espécie em particular. Um local onde não há certamente incêndios é o deserto do Saara, mas esse não é o nosso modelo, creio…
Há árvores que resistem melhor ao fogo e até são autóctones e mais bonitas? Há, mas a lógica da gestão da floresta precisa de mais do que boas intenções e paisagens bonitas. Se não houver retorno, há abandono e terrenos abandonados já/ainda temos bastantes, sendo estes os que ardem melhor. Há um problema sério de desertificação do interior? Sim, e muito grande, no entanto, a fixação de alguém em Vila de Rei não é certamente função da quantidade de eucaliptos nas redondezas, mas antes da atividade económica nas proximidades. A limpeza natural das matas pelas populações diminuía o risco de incêndio? Sim, mas também não estou a ver muita gente a dispensar a botija de gás e a ir ao monte apanhar galhos para cozinhar o jantar. O tempo e as escalas são diferentes.
A indústria da pasta e papel é das poucas em que estamos na primeira divisão a nível mundial e deveríamos ser um pouco mais prudentes e esclarecidos antes de a bombardear por preconceito, guerrilha politica ou pela nacional típica inveja do sucesso. Apontar o eucalipto como responsável pelas desgraças e tragédias florestais é um abuso, um desrespeito pelas vítimas e uma forma grosseira de simplificar um problema grave do país, que tem raízes múltiplas. Para acabar: deve a plantação de eucaliptos ser completamente desregulamentada? Não, não vale tudo, nem para um lado nem para o outro.
É comum associar ao eucalipto a expressão de crime ecológico. No entanto, a plantação industrial do eucalipto em Portugal tem mais de 20 anos e não conheço nenhum local onde tenham ocorrido catástrofes ambientais devidas especificamente ao eucalipto. Ardem? Ardem sim, como também arde o pinheiro e o mato e, com maior ou menor facilidade, toda a vegetação. Em climas idênticos ao nosso também ocorrem fogos florestais, mesmo sem eucaliptos, dependendo muito da forma e da conservação das florestas e zonas rurais; dependendo mais do contexto do que a espécie em particular. Um local onde não há certamente incêndios é o deserto do Saara, mas esse não é o nosso modelo, creio…
Há árvores que resistem melhor ao fogo e até são autóctones e mais bonitas? Há, mas a lógica da gestão da floresta precisa de mais do que boas intenções e paisagens bonitas. Se não houver retorno, há abandono e terrenos abandonados já/ainda temos bastantes, sendo estes os que ardem melhor. Há um problema sério de desertificação do interior? Sim, e muito grande, no entanto, a fixação de alguém em Vila de Rei não é certamente função da quantidade de eucaliptos nas redondezas, mas antes da atividade económica nas proximidades. A limpeza natural das matas pelas populações diminuía o risco de incêndio? Sim, mas também não estou a ver muita gente a dispensar a botija de gás e a ir ao monte apanhar galhos para cozinhar o jantar. O tempo e as escalas são diferentes.
A indústria da pasta e papel é das poucas em que estamos na primeira divisão a nível mundial e deveríamos ser um pouco mais prudentes e esclarecidos antes de a bombardear por preconceito, guerrilha politica ou pela nacional típica inveja do sucesso. Apontar o eucalipto como responsável pelas desgraças e tragédias florestais é um abuso, um desrespeito pelas vítimas e uma forma grosseira de simplificar um problema grave do país, que tem raízes múltiplas. Para acabar: deve a plantação de eucaliptos ser completamente desregulamentada? Não, não vale tudo, nem para um lado nem para o outro.
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