Dizem alguns “abrilistas” que não participarão nas comemorações oficiais da revolução porque não se identificam com o regime actual e que inclusivamente, na opinião deles, está até em causa o seu carácter democrático. Questionar um regime na base do “esta não é a minha (demo)cracia” é declaradamente um abuso a que se permitem apenas os autoritários líderes dos países mesmo pseudo-democráticos.
Que o país que temos hoje não é o que eles gostariam, acredito. Não é aquele que eu nem certamente uma larga maioria dos portugueses gostaríamos de ter. Mas, quase 40 anos depois de Abril, vivermos ou não em democracia? Temos partidos, temos eleições livres e temos alternância do poder. Chegará? O recente episódio das nomeações para o Tribunal Constitucional demonstra claramente que vivemos em “partidocracia”. Não existe poder para lá do que emana dos partidos e num sistema em que as lealdades são mais importantes do que as competências. O poder está cada vez mais centrado em partidaristas de carreira, cujo objectivo principal é ganhar e manter o poder dentro dos seus partidos, o que pode estar muito, muito, longe do interesse último do país e do respectivo povo (“demo”).
O problema de regime que temos está aqui. Aqueles que agora protestam contra os cortes e medidas de austeridade, teriam muito mais autoridade moral para o fazer se na altura em que se gastou desregradamente e mal, se tivessem insurgido contra esse desperdício. Mas não me recordo de o ver e é feio fazer este aproveitamento político e mediático por quem no passado, por acção ou omissão, ajudou a chegarmos ao que chegamos.
Que o país que temos hoje não é o que eles gostariam, acredito. Não é aquele que eu nem certamente uma larga maioria dos portugueses gostaríamos de ter. Mas, quase 40 anos depois de Abril, vivermos ou não em democracia? Temos partidos, temos eleições livres e temos alternância do poder. Chegará? O recente episódio das nomeações para o Tribunal Constitucional demonstra claramente que vivemos em “partidocracia”. Não existe poder para lá do que emana dos partidos e num sistema em que as lealdades são mais importantes do que as competências. O poder está cada vez mais centrado em partidaristas de carreira, cujo objectivo principal é ganhar e manter o poder dentro dos seus partidos, o que pode estar muito, muito, longe do interesse último do país e do respectivo povo (“demo”).
O problema de regime que temos está aqui. Aqueles que agora protestam contra os cortes e medidas de austeridade, teriam muito mais autoridade moral para o fazer se na altura em que se gastou desregradamente e mal, se tivessem insurgido contra esse desperdício. Mas não me recordo de o ver e é feio fazer este aproveitamento político e mediático por quem no passado, por acção ou omissão, ajudou a chegarmos ao que chegamos.
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