Não foi ontem nem sequer esta semana. Mais uma vez, num correr de canais antes de desligar a televisão, manobra arriscada, vejo em duas estações diferentes dois supostos concursos em que os candidatos eram supostamente avaliados pela sua capacidade de cantar.
Num deles, os candidatos eram supostamente figuras públicas tentado demonstrar uma valência desconhecida. Nem todos, porque alguns eram mesmo da profissão – concorrência desleal! Lembro-me de uma socialite, a caminhar para tia, desgraçadamente aos saltos a fazer que cantava, mas mal, muito mal, apesar de todo o suporte instrumental e coros. O suposto júri inevitavelmente lá correspondia com os elogios e um consumo desregrado do adjectivo “fantástico” (e telefonem lá para o numerozinho para votarem e a gente facturar).
No canal vizinho era gente desconhecida que pensava ter ali uma oportunidade de encontrar um lugar ao sol das estrelas. Deve ser feito sem nenhuma triagem prévia porque aparecia gente que cantava quase tão mal como eu. O respectivo júri, muito mais selectivo do que o anterior, não se limitava a julgar. O “show” de que o povo gosta, e que permite a tal audiência e facturação associada, pede sangue na arena. E esse sangue é humilhar o concorrente desajeitado de forma arrogante, sarcástica, quase um concurso de cuspidela, ver quem consegue cuspir mais longe e mais grosso. Deselegante, mal-educado e feio. Gostaria muitíssimo de ter visto ali a tal socialite fraquinha, disfarçada para ser mesmo uma cara estranha, a cantar à capela e de a ver avaliada naquele contexto… certamente que não teria direito a “fantásticos” mas a uma enorme enxovalhadela …
Canais comerciais precisam de facturação para a respectiva sobrevivência. O que está mal é usarem a capa de um concurso de méritos de forma desajustada. O mérito merece ser tratado com todo o rigor porque é a base de toda a evolução. Quando se perde a noção do que é o mérito e quando a sua avaliação é deturpada estamos perdidos.
Num deles, os candidatos eram supostamente figuras públicas tentado demonstrar uma valência desconhecida. Nem todos, porque alguns eram mesmo da profissão – concorrência desleal! Lembro-me de uma socialite, a caminhar para tia, desgraçadamente aos saltos a fazer que cantava, mas mal, muito mal, apesar de todo o suporte instrumental e coros. O suposto júri inevitavelmente lá correspondia com os elogios e um consumo desregrado do adjectivo “fantástico” (e telefonem lá para o numerozinho para votarem e a gente facturar).
No canal vizinho era gente desconhecida que pensava ter ali uma oportunidade de encontrar um lugar ao sol das estrelas. Deve ser feito sem nenhuma triagem prévia porque aparecia gente que cantava quase tão mal como eu. O respectivo júri, muito mais selectivo do que o anterior, não se limitava a julgar. O “show” de que o povo gosta, e que permite a tal audiência e facturação associada, pede sangue na arena. E esse sangue é humilhar o concorrente desajeitado de forma arrogante, sarcástica, quase um concurso de cuspidela, ver quem consegue cuspir mais longe e mais grosso. Deselegante, mal-educado e feio. Gostaria muitíssimo de ter visto ali a tal socialite fraquinha, disfarçada para ser mesmo uma cara estranha, a cantar à capela e de a ver avaliada naquele contexto… certamente que não teria direito a “fantásticos” mas a uma enorme enxovalhadela …
Canais comerciais precisam de facturação para a respectiva sobrevivência. O que está mal é usarem a capa de um concurso de méritos de forma desajustada. O mérito merece ser tratado com todo o rigor porque é a base de toda a evolução. Quando se perde a noção do que é o mérito e quando a sua avaliação é deturpada estamos perdidos.
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