A notícia tocou-me a vários níveis. Hugo Claus, doente de Alzheimer, morreu de eutanásia, a seu pedido, consciente. E a palavra que salta para o primeiro plano é coragem.
Hugo Claus escreveu sobre o seu país com muita coragem. Sendo Belga e Flamengo, escarafunchou fundo na tacanhez das mentalidades desse pequeno país, tão cheio de pequena gente. O seu livro “O Desgosto dos Belgas” é um testemunho e um retrato terrível daquela Flandres que, como Brel tinha acusado meia dúzia de anos antes, era “nazi durante as guerras e católica no intervalo delas”. E escreve de uma forma tão lúcida e incisiva, só possível a quem está muito próximo e o vive e o ama e o sofre.
Depois, o fim. Face ao Alzheimer, aquela coisa que faz partir o espírito à frente do corpo, Hugo Claus disse não, que queria partir todo de uma vez, no momento que ele escolheu. Não sei se ele se cruzou com Brel, mas não posso deixar de evocar mais uma vez esse outro flamengo tresmalhado: “Morrer, isso não é nada, agora envelhecer, ó envelhecer...”
Hugo Claus escreveu sobre o seu país com muita coragem. Sendo Belga e Flamengo, escarafunchou fundo na tacanhez das mentalidades desse pequeno país, tão cheio de pequena gente. O seu livro “O Desgosto dos Belgas” é um testemunho e um retrato terrível daquela Flandres que, como Brel tinha acusado meia dúzia de anos antes, era “nazi durante as guerras e católica no intervalo delas”. E escreve de uma forma tão lúcida e incisiva, só possível a quem está muito próximo e o vive e o ama e o sofre.
Depois, o fim. Face ao Alzheimer, aquela coisa que faz partir o espírito à frente do corpo, Hugo Claus disse não, que queria partir todo de uma vez, no momento que ele escolheu. Não sei se ele se cruzou com Brel, mas não posso deixar de evocar mais uma vez esse outro flamengo tresmalhado: “Morrer, isso não é nada, agora envelhecer, ó envelhecer...”
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