Os noticiários dos últimos dias provocaram-me um efeito estranho, como se estivesse em curso um processo de regressão democrática. Quando a multidão sai para a rua desta forma pedindo cabeças de rei ou de ministros é porque há algo que não funciona.
Resumindo e tentando sintetizar. É indiscutível que o país necessita de reformas profundas em muitas áreas, sendo a educação seguramente uma delas. Aliás, o distribuir 100 000 pessoas por 600 autocarros é já um problema ou físico ou aritmético, basta fazer as contas! Ironias à parte, é claro que muitas mudanças são “impopulares”, ou seja provocam a reacção do “estou de acordo, mas desde que não toquem no meu queijo!”.
Quando as mudanças tocam a maioria da população e o regime é democrático, não é fácil. É exigido uma grande nível de maturidade à sociedade e obriga a um trabalho sério e aberto entre governo, oposição e representantes sociais. E, aqui, o problema agrava-se. É que se a oposição está como se sabe, até já fizeram regressar à ribalta Santana Lopes (amnésia?), então dos outros nem se fala: já alguém imaginou, por exemplo, o Sr Picanço a discutir construtivamente alguma coisa que mexa minimamente nos sacrossantos direitos adquiridos?
Como consequência o governo fica completamente isolado e, determinado, avança no seu ímpeto reformador sem interlocutores à altura. E o resultado está à vista. Por ausência de quem se “oponha construtivamente e institucionalmente” o povo saiu à rua. E assusta-me muito ver assim povo na rua com estes propósitos.
O que fazem os interlocutores que não estiveram presentes onde deviam? Agradecem a benesse e aproveitam a boleia com mais ou menos desfaçatez. Os sindicatos falam com uma força como há muito não se ouvia. A oposição esfrega as mãos de contente e aproveita a brecha aberta na robustez do governo, já com o cheiro a pólvora do próximo combate eleitoral nas narinas e para qual estavam completamente desarmados.
Tudo isto é um jogo muito perigoso. As reformas são necessárias, a questão a discutir é como. E, este “como”, passa por diálogo e por propor alternativas. Juntar a voz ao coro da multidão numa postura de recusa destrutiva poderá ter retorno a curto prazo, mas para a maturidade democrática do país é fatal. È que nem sequer temos petróleo para permitir a popular política de “papas e bolos”.
Resumindo e tentando sintetizar. É indiscutível que o país necessita de reformas profundas em muitas áreas, sendo a educação seguramente uma delas. Aliás, o distribuir 100 000 pessoas por 600 autocarros é já um problema ou físico ou aritmético, basta fazer as contas! Ironias à parte, é claro que muitas mudanças são “impopulares”, ou seja provocam a reacção do “estou de acordo, mas desde que não toquem no meu queijo!”.
Quando as mudanças tocam a maioria da população e o regime é democrático, não é fácil. É exigido uma grande nível de maturidade à sociedade e obriga a um trabalho sério e aberto entre governo, oposição e representantes sociais. E, aqui, o problema agrava-se. É que se a oposição está como se sabe, até já fizeram regressar à ribalta Santana Lopes (amnésia?), então dos outros nem se fala: já alguém imaginou, por exemplo, o Sr Picanço a discutir construtivamente alguma coisa que mexa minimamente nos sacrossantos direitos adquiridos?
Como consequência o governo fica completamente isolado e, determinado, avança no seu ímpeto reformador sem interlocutores à altura. E o resultado está à vista. Por ausência de quem se “oponha construtivamente e institucionalmente” o povo saiu à rua. E assusta-me muito ver assim povo na rua com estes propósitos.
O que fazem os interlocutores que não estiveram presentes onde deviam? Agradecem a benesse e aproveitam a boleia com mais ou menos desfaçatez. Os sindicatos falam com uma força como há muito não se ouvia. A oposição esfrega as mãos de contente e aproveita a brecha aberta na robustez do governo, já com o cheiro a pólvora do próximo combate eleitoral nas narinas e para qual estavam completamente desarmados.
Tudo isto é um jogo muito perigoso. As reformas são necessárias, a questão a discutir é como. E, este “como”, passa por diálogo e por propor alternativas. Juntar a voz ao coro da multidão numa postura de recusa destrutiva poderá ter retorno a curto prazo, mas para a maturidade democrática do país é fatal. È que nem sequer temos petróleo para permitir a popular política de “papas e bolos”.
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