07 julho 2024

A Memória dos Dias

 

Correste a dizer que o dia vinha às portas da saudade

E cobriste de mil flores as varandas da cidade

Ao cantar enrouqueceste mil canções feitas à toa

Dançaste todas as ruas embriagadas de Lisboa

Leste os clássicos do tempo como toda a novidade

E a sonhar adormeceste no prazer da liberdade

Inventando mil amigos

Esquecendo velhos perigos


Não foi ontem que Fausto nos deixou fisicamente, mas as suas canções ficarão para sempre nas nossas memórias e nos nossos dias. Vi-o 3 ou 4 vezes em concertos, o último dos quais o “Três Cantos”, mas, mais do que ver, há ouvir e continuaremos a ouvi-lo.

Bastam uns poucos primeiros compassos para identificar o cantante autor em cada canção. Se “Por este rio acima” é a obra completa, não faz esquecer a magia do “Despertar dos Alquimistas” ou a delicadeza do “Para além das cordilheiras”.

 Pela beleza das melodias, pela doçura da voz, pelo brilho das orquestrações, pela riqueza das palavras, Fausto ficará na nossa memória para todos os dias e no património cultural de Portugal para sempre.

Vêm do fundo da paz da terra os sonhadores…

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