Do que se sabe deste turbilhão que arrastou o PM e abriu esta crise, saltam-me à vista dois pontos. Um é que mesmo que A. Costa esteja limpo e inocente, ele paga o preço das más companhias… diz-me com quem andas… e andar na companhia das antigas companhias de José Sócrates foi uma imprudência, no mínimo.
O segundo ponto é a pequenez terceiro-mundista das ações em
causa. Não se terá tratado de transações de milhões com umas percentagens a
passarem e a ficarem em paraísos fiscais. Aparentemente estava em causa
simplesmente obter autorizações, aprovar projetos, acelerar processos. Num país
do primeiro mundo, onde queremos estar, uma boa parte destas intervenções não
deveriam ser sequer passiveis de corrupção. Deveria existir regulamentação
clara, entidades decisórias claras, independentes e eficazes e as coisas avançarem
(ou não) por razões transparentes e não por cunhas ou favores, grátis ou pagos.
Para lá do que soubermos como resultado da investigação e
respetivas conclusões, bom mesmo seria que o poder decisório sobre estes
processos ficasse limpo e livre de discricionariedades de ministros e de acimas
ou abaixos.
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