Pondo de lado os detalhes e particularidades da crise atual, como se a não prisão preventiva é uma espécie de absolvição ou apenas uma decisão razoável para o contexto atualmente conhecido (o julgamento ainda está para vir e indícios fortes de crime há); pondo de lado a politiquice e o “spin” (desenvolvimento de narrativas), vale a pena questionar se/como os investidores podem ou não se relacionar com os decisores políticos.
Para quem pretende investir, há procedimentos e regras, cujo
conhecimento e cumprimento são fundamentais. Haverá eventualmente dúvidas de
interpretação e de enquadramento. É normal e salutar haver necessidade de
discutir e esclarecer junto de quem de direito. Até se poderá aceitar que, sem
colocar em causa os princípios fundamentais, a igualdade de tratamento e o
interesse geral, nalguns casos possa fazer sentido uma evolução regulamentar,
dentro do bom-senso, razoabilidade e transparência.
As entidades que decidem devem ter portas abertas, reais ou
virtuais, grandes ou pequenas, conforme a natureza e dimensão dos processos em
causa. Convém é que não haja porteiros informais, mas bem reais, a condicionar o
acesso.
Nos países do terceiro mundo, as pessoas importantes são
aquelas que têm capacidade de criar problemas e obstáculos. O seu poder vem
dessa capacidade de atrapalhar e poderem depois discricionariamente solucionar
e, de uma forma ou de outra, cobrar a solução. Os resultados estão à vista.
No país em que gostaríamos de viver, abram-se as portas e
retirem-se os porteiros.
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